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Vacinas + Veterinário = Saúde Canina

Agora falaremos de um assunto muito importante: a vacinação.
No quadro abaixo, descrevemos como devem ser as aplicações das vacinas.

2 meses 1ª dose da vacina óctupla (V8)
3 meses 2ª dose da vacina óctupla (V8)
4 meses 3ª dose da vacina óctupla (V8) e primeira dose da anti-rábica
Anualmente retornar ao veterinário para reforço das vacinas

Em todas às idas ao veterinário deve-se passar por exame geral e tirar todas as dúvidas sobre meu desenvolvimento.

Com essas vacinas o organismo do cão estará protegido contras as seguintes doenças: Cinomose, Coronavirose, Hepatite (adenovirose I), Adenovirose II, Leptospiroses, Parvovirose e Parainfluenza. A vacina contra a raiva é outra específica, a anti-rábica.

Previna-se Cuidado com a “dirofilariose canina”

Abaixo uma breve descrição dessas terríveis doenças:

Parvovirose: causada por um vírus que produz gastroenterite hemorrágica, ou seja, o cachorro tem vômitos graves, diarréia com sangue e uma severa desidratação. Isso pode até matar os filhotes. Seu cão poderá adquirir a parvovirose quando estiver em contato com local onde há vírus se, por exemplo, lamber alguma área onde outro bicho doente eliminou as fezes.

Coronavirose: produzida também por um vírus, causando gastroenterite, com sintomas de vômitos e diarréia, muitas vezes sem sangue. A forma de contato é a mesma da parvovirose.

Hepatite infecciosa: provoca nos cães vômitos, diarréia e falta de coordenação, levando o animal à morte. Causada por vírus com transmissão oronasal, ou seja, além de ingerir material contaminado, pode-se infectar por partículas de vírus presentes no ar.

Raiva: causada por vírus transmissível por meio da saliva de um animal infectado. Leva à morte animais e seres humanos. A raiva é transmitida pela mordida de um animal raivoso.

Leptospirose: causada pelas bactérias Leptospira spp, provoca lesão hepática aguda, com febres altas, apatia e muitas vezes icterícia (amarelamento da pele e das mucosas). E tem mais um agravante: essa doença é transmissível aos homens e outros animais. O cão pode ser infectado pela urina contaminada , principalmente de ratos. Nesse caso, o cãozinho ingere a urina contaminada ou, nos casos mais comuns, o rato urina na ração ou na água do animal. Existe a possibilidade de infecção por meio da pele.

Cinomose: causada por um vírus que provoca sintomas de doenças do trato respiratório e, em seus estágios mais avançados, apresentam sintomas nervosos, como falta de coordenação, ataques epiléticos e tiques nervosos. O contágio acontece por meio de partículas de aerossóis que estão presentes em ambiente infectado.

Parainfluenza: É um dos agentes causadores da chamada “tosse dos canis”. O vírus, não contagioso ao homem, causa uma tosse não produtiva (sem catarro), com febre baixa ou ausência dela. O quadro persiste por 2 semanas e o prognóstico é bom. Os animais se contaminam pelo contato direto com cães infectados. O período de incubação é de nove dias. A associação de outros agentes (bordetella, adenovirus ou mycoplasma) com a parainfluenza é comum, e pode causar um quadro mais severo, como perda de apetite, apatia, tosse dolorosa e febre alta.

Cuide bem do seu cão vacinando-o regularmente com acompanhamento de Veterinário de sua confiança.

Por que a vacinação contra a Raiva é importante?

A Raiva

 
Introdução
É uma doença infecciosa aguda que acomete mamíferos (homens e animais), causada por um vírus que se multiplica e se propaga – via nervos periféricos – até o sistema nervoso central, de onde passa para as glândulas salivares, nas quais também se multiplica.
O prognóstico é fatal em todos os casos e representa um sério problema de saúde pública.
A doença expõe grande número de pessoas e animais ao risco de contaminação e os custos necessários para o seu controle ou erradicação são elevados.

Agente etiológico e suas propriedades

É um vírus RNA, pertencente à família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus. Em sua constituição encontram-se 5 proteínas, sendo que a glicoproteína do envoltório viral é o único antígeno capaz de induzir síntese de anticorpos neutralizantes no hospedeiro, conferindo proteção à doença.
O vírus rábico é inativado por diversos agentes físicos e químicos, tais como: radiação ultravioleta, detergentes, agentes oxidantes, álcool, compostos iodados, enzimas proteolíticas e raio X. É sensível aos ácidos com pH<4 e às bases com pH>10. É inativado pelo calor, sobrevive 35 segundos a 60°C, 4 horas a 40°C e vários dias a 4°C.

Modo de transmissão

A forma mais comum de transmissão é através de contato com saliva de animal raivoso, seja por mordeduras ou lambeduras de mucosa ou de pele com solução de continuidade. As arranhaduras também têm potencial de contaminação, devido à salivação intensa dos animais doentes, que muitas vezes contaminam suas patas. O contato indireto não é considerado veículo de transmissão, mas há pouca discussão a este respeito na literatura. Outras formas de contágio, embora raras, são: transplante de córnea, via inalatória, via transplacentária e aleitamento materno. Teoricamente, é possível a transmissão de raiva por contato íntimo intradomiciliar ou em unidades de saúde através de secreções infectantes. Entretanto, não há casos registrados com essa epidemiologia.
A fonte de infecção é o animal infectado pelo vírus rábico. Em áreas urbanas, é principalmente o cão (quase 85% dos casos), seguido do gato. Em áreas rurais, além de cães e gatos, morcegos, macacos e mamíferos domésticos como: bovinos, eqüinos, suínos, caprinos, ovinos. Os animais silvestres são os reservatórios naturais para animais domésticos.

Período de incubação

No homem, varia de 2 a 10 semanas, em média 45 dias. Porém, há relato na literatura mencionando um período de incubação de até 6 anos. Depende da quantidade de vírus inoculado, proximidade do sistema nervoso central e gravidade da lesão. Em animais silvestres este período é bastante variável, não havendo definição clara para a grande maioria deles.

Período de transmissibilidade

Ocorre antes do aparecimento dos sintomas e durante o período da doença. No cão e gato este período se inicia de 5 a 3 dias antes dos sintomas.

Quadro clínico no homem

A doença começa com um período prodrômico de sintomas inespecíficos, caracterizados por febre, cefaléia, mal-estar, anorexia, náusea e dor de garganta. Na maioria dos casos há alteração de sensibilidade no local da mordedura, como formigamento, queimação, adormecimento, prurido e/ou dor local. Esse período varia de 2 a 4 dias.
Posteriormente, instalam-se sintomas de comprometimento do sistema nervoso central, caracterizados inicialmente por ansiedade, inquietude, desorientação, alucinações, comportamento bizarro e até convulsões. As crises convulsivas podem ser desencadeadas por estímulos táteis, auditivos ou visuais. Em cerca de 50% dos casos costuma haver espasmos de faringe e laringe após beber ou mesmo desencadeados pela simples visão da água ou vento no resto (hidrofobia e aerofobia, respectivamente). No homem, são raros os surtos de agressividade, com tendência de atacar ou de morder, característicos da raiva furiosa nos animais. Outros sintomas acompanhantes são hipersalivação, fasciculação muscular e hiperventilação. Esse período dura de 4 a 10 dias.
Na fase final, instala-se um quadro de paralisia progressiva ascendente e coma no final da evolução.

Quadro clínico no cão


Como o cão é a principal fonte de infecção para o homem, é importante conhecer os principais sintomas da raiva canina.
O cão, depois de ser mordido por um animal raivoso, desenvolve a doença num período de 21 dias a 2 meses, em média. Existem 2 formas de raiva canina: a furiosa e a paralítica, dependendo da predominância de uns ou de outros sintomas.
A forma furiosa caracteriza-se por inquietação, tendência ao ataque, anorexia pela dificuldade de deglutição e latido bitonal, posteriormente paralisia, coma e morte.
Na forma paralítica, ao contrário da furiosa, não há inquietação ou tendência ao ataque, o cão tende a se isolar e se esconder em locais escuros. Apresenta paralisia de patas traseiras, que progride e o leva à morte. A duração da doença é de 3 a 7 dias.

Diagnóstico

O diagnóstico da raiva é feito através do quadro clínico sugestivo e da história clínica do paciente com antecedente de mordedura ou outros tipos de exposição. No diagnóstico da raiva humana, existem várias técnicas laboratoriais para identificação de antígenos ou anticorpos específicos da doença, tais como: reação de imunofluorescência direta, imunofluorescência indireta, soroneutralização e prova biológica. Os materiais a serem examinados incluem: sangue, saliva, bulbo piloso, esfregaço da córnea e tecido nervoso, sendo que este último é retirado do material da necrópsia.

Tratamento

Uma vez instalada a doença não há tratamento específico, e a letalidade é de 100%. O tratamento paliativo visa minimizar o sofrimento do paciente.

Tratamento profilático

A profilaxia consiste na aplicação de uma série de doses de vacina anti-rábica por via intramuscular, na região do deltóide, durante o período de incubação da moléstia. A administração de soro anti-rábico está indicada nos casos com forte suspeita de contaminação com o vírus rábico. Esses tratamentos devem ser feitos de acordo com a orientação médica.
A vacina anti-rábica utilizada atualmente no Brasil é do tipo Fuenzalida & Palácios. Ela é preparada através do tecido nervoso de camundongos lactentes infectados com vírus rábico, o produto é inativado por radiação ultravioleta ou betapropriolactona. A vacina deve ser mantida em refrigerador de 4 a 8°C.
Durante o tratamento podem ocorrer reações às vacinas anti-rábicas e elas podem ser locais, gerais ou neurológicas. As reações locais manifestam-se por dor, prurido e eritema no local da aplicação, com ou sem aumento de gânglios linfáticos locais. As reações sistêmicas são dores musculares ou articulares, dor de cabeça, febre, insônia e palpitação. Em casos mais graves: urticária e choque anafilático. As reações neurológicas são raras, estão relacionadas ao número de doses aplicadas e podem ser classificadas em 4 tipos: encefalomielite, mielite, neurite e paralisia ascendente.
Outro tipo de vacina é o de cultivo celular. O vírus rábico foi adaptado para ser cultivado em células diplóides humanas, células de rim de hamster e rim de macaco. Esta vacina apresenta alto poder imunogênico, eficácia elevada e baixo índice de efeitos adversos, mas tem, como inconveniente, o alto preço.
O soro anti-rábico é obtido de equídeos hiperimunizados com vírus rábico inativado. A aplicação se dá em dose única, por via intramuscular, em locais diferentes da aplicação da vacina e parte da dose deve ser infiltrada ao redor do ferimento. As reações ao soro, que não são incomuns , podem ser divididas em: reações anafiláticas, reações anafilactóides e doença do soro.

Conduta frente à mordedura

  1. Limpeza do local com água e sabão e desinfecção com álcool ou soluções iodadas, imediatamente após a agressão. 

  2. Quando o animal agressor for cão ou gato deve-se observá-lo durante 10 dias para identificar qualquer sintoma sugestivo de raiva; se possível, o animal suspeito deve ser sacrificado e sua cabeça ou seu cérebro deve ser enviado para o Instituto Pasteur, em gelo, para o exame laboratorial. 

  3. Procure orientação médica, nos postos de atendimento. Na Capital: Instituto Pasteur ou Prontos Socorros Municipais de Santana, Santo Amaro, São Miguel Paulista e Pirituba. No interior: Centros de Saúde.

 

 Medidas de controle

  
  1. Tratamento preventivo 

  2. Vacinação de cães e gatos anualmente 

  3. Captura dos cães errantes, responsáveis pela transmissão da raiva ao cão doméstico e ao homem 

  4. Diagnóstico laboratorial dos casos suspeitos 

  5. Vigilância Epidemiológica 

  6. Orientação educacional para a população em geral, a fim de esclarecer sobre o perigo da doença e seu modo de transmissão. Evitar aproximação de animais estranhos, evitar tocar em animais feridos e não perturbá-los quando estiverem comendo, bebendo ou dormindo.

 

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