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Buldogue – Adestra Campinas

O buldogue (do inglês Bulldog, onde bull é “touro” e dog é “cão”) era originalmente um cão de rinha usado em brigas com touros. É uma raça de cão de fila (molossóide) originário da Grã-Bretanha. Há vários tipos de buldogues: buldogue inglês, o buldogue francês ou bouledogue, espanhol (este o mais robusto de todos, chegando a pesar até 50 kg), o bulldog americano e o bulldog campeiro (estes dois últimos não reconhecidos oficialmente, sendo o último uma raça brasileira).

Aparência

Corpo musculoso, cabeça grande, arredondada, focinho curto e achatado, pescoço arqueado e com barbela, maxilars proeminentes, boca larga, beiços pendentes, orelhas pequenas e pêlo curto de cor fulva e branca ou branca e mosqueada.

Potenciais problemas de saúde

Por ser uma raça em que o focinho é achatado, não deve ser forçado a fazer muito exercício nas horas de mais calor, devido a uma forte ocorrência de problemas respiratórios. Também se deve enxugar a umidade acumulada nas pregas e rugas do focinho, porque são zonas que a acumulam bastante, podendo ocasionar dermatites e surgimento de fungos.

Um pouco de história

Realidade e ficção misturam-se para a construção da história dessa fascinante raça, originária da Inglaterra. Foi inicialmente chamada de Bondogge ou Bolddogge, mais tarde Banddogge, mas os primeiros registros do que hoje é definido como “bulldog” datam de 1609.

Em meados de 1133, no reinado de Henrique II, havia o costume de organizar lutas de cães contra touros pelas ruas do reino. Uma dessas lutas foi vista pelo Lord Stamford de Lincolnshire, da Grã-Bretanha, que ficou impressionado com a bravura dos cães e resolveu criar arenas para a realização de embates entre um touro e vários cães, sendo essas lutas chamadas de bull baitings . O touro era amarrado no centro do picadeiro com uma corda de 23 metros, com folga para se movimentar e golpeava os cães com coices e cabeçadas, transformando os buldogues em toureiros. No auge da popularidade este esporte, no qual se apostavam vultosas somas de dinheiro, teve árduos defensores, tanto da nobreza como entre os deserdados. Espalharam-se arenas destinadas para este espetáculo, cujos vestígios existem até hoje na Inglaterra. Daí o nome bulldog , bull = touro e dog = cão, sendo os donos dos cães chamados de bullots .

De maneira a permitir que os cães resistissem e sobrevivessem a esses ataques, alguns “melhoramentos” se fizeram necessários: as orelhas ficaram mais curtas para evitar que o chifre do touro as dilacerasse (hoje, têm o formato de um botão de rosa e passou a ser padrão da raça); para prender a cabeça do touro ao solo e poder continuar respirando, o buldogue contava com um nariz bastante achatado e uma mandíbula muito forte e resistente; a cara enrrugada impedia o corrimento de sangue para os olhos e narinas; a jaqueta (pelo solto) o protegia contra eventuais rompimentos de pele; uma dianteira bem mais pesada que a traseira para atender a dois requisitos: proporcionar força ao cão para prender a cabeça do touro no chão e, em caso de arremesso ou balanço por um descuido, evitar fratura da coluna e um rabo curto que impedia qualquer engate dos chifres do touro. Sua técnica de ataque e destemor nas lutas fizeram com que ele ganhasse domínio e fama neste cenário, tornou-se a raça absoluta e exclusiva para a prática deste esporte, que conquistou ilustres personagens da Nobreza Inglesa: os reis Jaime I, Ricardo III e Carlos I; a Rainha Isabel I proporcionava este espetáculo como parte dos entretenimentos das recepções oferecidas aos Embaixadores e Monarcas dos Reinos vizinhos.

Com a evolução do pensamento e refinamento da civilização, os Ingleses conscientizaram-se da carnificina injustificável que este esporte representava e após muita polêmica e debates, a oposição se fez tão forte que, em 1835 foi promulgada uma lei na qual todos os combates entre animais foram proibidos. Com isso, a raça ficou nas mãos de bandidos, marginais e indivíduos mal intencionados, que promoviam e mantinham as rinhas na clandestinidade, correndo risco de extinção. Paralelamente, os autênticos amantes e entusiastas iniciaram um paciente trabalho de triagem para a seleção dos cães que apresentassem um temperamento equilibrado, dócil e seguro. E através da seleção destes espécimes, realizou-se o aprimoramento do temperamento impedindo-se para a reprodução todos os cães agressivos, neuróticos ou inconstantes, o que tornou a raça segura e adequada ao convívio civilizado, como conhecida atualmente.

Os Ingleses foram os pioneiros na cinofilia mundial, fundando em 1865, o The Bulldog Club (o primeiro clube de Buldogue Inglês que antecedeu o atual). Em 1873, foi fundado o primeiro clube de cinofilia do mundo, que existe até hoje chamado The Kennel .

O The Bulldog Club encerrou suas as atividades e, em 1875, foi fundado o The Bulldog Club Incorporated, ainda em atividade. O clube coordena as atividades sobre a raça na Inglaterra, inclusive gerencia os três importantes campeonatos da raça: Crufts, Bulldog of the Year e The Bulldog Incorporated , shows em que só participam Bulldogs com títulos de Campeão.

Em 1890, surge nos E.U.A., o primeiro clube da raça na América. Os criadores estadunidenses começaram a importar os melhores Bulldogs da Inglaterra iniciando sua criação no país. Estes mesmos homens trabalharam arduamente para promover exposições especializadas e foram os responsáveis pela popularização dos Bulldogs , despertando o interesse pela raça em todo o país. A partir daí, eclodiram no mundo inteiro os clubes especializados nessa raça, sendo fundado no Brasil em 2000 o Bulldog Club do Brasil.

PADRÃO DA RAÇA

O Buldogue Inglês pertence ao 2º grupo, seção 2 – Molossóides, 2.1 – Tipo Mastife.

Aparência geral: cão de estatura baixa, largo, corpo curto, musculoso, pêlo macio, muitíssimo dócil, fiel e corajoso.

Tamanho, Proporção e Simetria: 30,48 cm a 40,64 cm de altura e pesar entre 22,7 kg (fêmeas) e 27,25 kg (machos).
A circunferência do crânio em frente às orelhas deve medir pelo menos a altura do cão até os ombros. Os pontos de cada parte do corpo do cão devem ser bem distribuídos e manter relação um com outro, sem características em tal proeminência que possam ou exceder, ou diminuir a qualidade do animal de forma que ele aparente ser deformado ou desproporcional.

Cabeça: Vista de perfil, parece muito alta e curta. A testa é plana, com pele acima e ao redor da cabeça, solta e enrugada. A projeção dos ossos frontais é proeminente, larga, quadrada e alta. Do stop, um sulco largo e profundo se estende até o meio do crânio. A face frontal dos ossos zigomáticos até a trufa é curta com pele enrugada. A distância do canto interior do olho (ou do centro do stop entre os olhos) até a extrema ponta da trufa não deve exceder o comprimento da ponta da trufa à comissura labial.

•  Região craniana:

•  Crânio largo em circunferência, medido (em frente das orelhas) deve ter aproximadamente o comprimento da altura do cão na cernelha. Visto de frente, aparenta ser muito alto do canto do maxilar inferior até o occipital; também muito largo e quadrado.

•  Stop profundo e largo entre os olhos.

•  Região facial: as várias partes da face devem ser igualmente equilibradas de cada lado.

•  Olhos vistos de frente, inseridos baixos no crânio, bem separados das orelhas, redondos, de tamanho moderado, nem inseridos profundamente nem proeminentes, de cor muito escura, quase preta. Seus contornos externos ficam no interior das bochechas, mas são bem separados. Olhos e stop numa mesma linha reta em um ângulo reto do sulco frontal.

•  Focinho curto, largo, curvando-se para cima e muito profundo do canto do olho ao canto da boca.

•  Trufa: Nariz e narinas largas e pretas, jamais de cor fígado, vermelha ou marrom. A ponta da trufa é bem colocada para trás em direção aos olhos. Entre as narinas grandes e largas, existe uma linha vertical bem definida.

•  Lábios grossos, largos, pendentes e muito profundos, cobrindo completamente as laterais da mandíbula sem cobrir a frente.

•  Maxilares largos, maciços e quadrados com 6 incisivos pequenos entre os caninos inseridos regularmente em linha reta. Caninos bem separados. Dentes grandes e fortes, nunca devem ser vistos com a boca fechada. A mandíbula se projeta consideravelmente para frente do maxilar superior curvando-se para cima, e quando vista de frente deve se juntar direta e paralelamente ao maxilar superior.

•  Bochechas arredondadas e estendidas além de cada lado dos olhos.

•  Orelhas inseridas altas; a borda anterior de cada orelha (vista de frente) se junta ao contorno do crânio no ângulo superior, de maneira que as orelhas fiquem bem separadas, mais altas e o mais distantes possível dos olhos. Pequenas e finas, sendo o correto as orelhas em rosa (dobradas para dentro na sua parte posterior, a borda anterior superior se curva para o exterior e para trás, mostrando a parte interna do ouvido).

Pescoço, Tronco e Cauda:

•  Pescoço : de comprimento moderado (mais para curto do que longo), muito grosso, profundo e forte. Bem arqueado atrás, com muita pele solta, grossa e enrugada na garganta, formando barbela de cada lado da mandíbula até o peito.

•  Tronco:

•  Linha superior ligeiramente caída para trás, atrás dos ombros (parte mais baixa), de onde a coluna vertebral se direciona para o lombo (ponto mais alto que o ponto dos ombros), descendo, de novo, bruscamente, até a cauda, formando um arco (chamado roach-back), característica típica da raça.

•  Dorso curto, forte, largo nos ombros, comparativamente mais estreito no lombo.

•  Peito largo, lateralmente redondo, proeminente e profundo do topo dos ombros até a parte mais baixa. Seu diâmetro é largo, redondo atrás dos membros dianteiros (não é plano), costelas bem redondas e arqueadas para trás.

•  Ventre: esgalgado, não pendente.

•  Cauda: inserida baixa, saliente e reta, depois inclinando para baixo. redonda, lisa, sem franjas ou pêlos ásperos, de comprimento moderado, mais curta do que longa, espessa na raiz, afilando para a ponta. Portada baixa (não tem uma curva para cima, na ponta), nunca portada acima do dorso.

Membros:

•  Anteriores: robustos e fortes, bem desenvolvidos, bem separados, grossos, musculosos e retos. Apresentam um contorno arqueado, mas os ossos das pernas são fortes e retos, nem arqueados nem tortos; curtos em proporção às pernas posteriores, porém não tão curtos a ponto de o dorso parecer longo ou de prejudicar a atividade do cão e de incapacitá-lo.

•  Ombros largos, oblíquos, profundos e musculosos.

•  Cotovelos longos e colocados bem longe das costelas.

•  Metacarpos curtos, retos e fortes.

•  Patas de tamanho médio, retas e viradas ligeiramente para fora e moderadamente redondas.

•  Posteriores: longos e musculosos, proporcionalmente mais longos do que os anteriores para elevar o lombo.

•  Perna longa e musculosa do lombo aos jarretes.

•  Joelhos redondos e virados ligeiramente para fora, longe do corpo.

•  Jarretes ligeiramente angulados, bem descidos, curtos, retos e fortes na parte de baixo, unindo-se um ao outro.

•  Patas redondas e compactas.

•  Dedos compactos e grossos, bem separados, fazendo salientar as juntas que são altas.

Pelagem: Textura fina, curta, fechada e lisa.

Cor e Marcação: Unicolor ou unicolor com máscara ou focinho negros , com cores entre vermelho e suas diferentes tonalidades, fulvo, marrom claro, branco, mesclado (combinação do branco com qualquer uma das cores anteriores) e tigrado. As cores fígado, preto e preto com marrom fogem ao padrão da raça. Não há uma marcação definida.

Movimentação: Pesada e contraída, dando a impressão de andar nas pontas dos dedos, a passos curtos e rápidos. Ao movimentar-se rapidamente, um ou outro ombro se eleva.

Temperamento: Trata-se de um cão de personalidade com um toque de teimosia, a lerta, valente, leal, corajoso e brincalhão. A pegado às pessoas da casa, o Buldogue demonstra afeto a todos os familiares, mas quase sempre elege um dos integrantes como dono predileto que será seguido pelos cômodos, festejado de maneira mais efusiva e também terá sua atenção regularmente cobrada. Os exemplares da raça são de pedir carinho e gostam de contato físico, um colo para apoiar a cabeça e um demorado abraço, e é raro vê-los latindo. É um cão de muitos amigos, não resistindo a um convite para brincar. É o tipo de cachorro que pode ser afagado por qualquer pessoa e que, salvo pelo amedrontador ar carrancudo, não dispõe do menor talento para a guarda.

Por ser uma das raças mais antigas, ter uma aparência peculiar e carismática, tornou-se símbolo de times e várias entidades e grupamentos, e até mesmo pelo sucesso que obteve ao ser lançado na telas de cartoons , conquistou inúmeros adeptos, fãs e apreciadores em todos os continentes.

Ter um Buldogue é sinônimo de bom gosto, status e poder aquisitivo, já que é uma das raças mais caras em todo o mundo, sendo seu valor justificável quando se imagina os trabalhos e custos muitas vezes envolvidos na criação da raça.

Expectativa de Vida: de 6 a 9 anos.

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