Adestramento em  Campinas | André Stancatti Adestrador

Rough Collie – Adestra Campinas

O Rough Collie ou Collie Rough, também conhecido como Collie de Pêlo Longo, é originário da Escócia, com data de origem não definida. Antigamente foi usado para pastorear ovelhas, provavelmente as ovelhas Colley, que deram origem ao seu nome, mas hoje em dia raramente é visto pastoreando.

É um cão de porte médio, mas de grande beleza e elegância. Muito apreciado em exposições, se tornou famoso principalmente depois dos seriados e filmes Lassie, que ajudaram muito a espalhar a raça pelo mundo.

Aparência

O tamanho dos machos varia de 56cm a 61cm, e o das fêmeas vai de 51cm a 56cm. O peso varia entre 15 e 26 quilogramas.

O que distingue a raça das demais, tornando-a especial, é a exuberância dos pêlos. Estes devem ter o sub-pêlo de base macio e denso, e os pêlos ásperos e longos. Existem 4 variações de coloração do pelo:

  • Marta: do castanho claro ao mogno.
  • Azul merle: tom acinzentado com marcações azuis prateadas e marmorizadas em preto, este exemplar pode ter olhos azuis.
  • Tricolor: preto, castanho vivo e branco. Preto na maior parte do corpo com marcações em castanho vivo no focinho, e nos membros frontais e traseiros.
  • Branco: corpo branco e crânio colorido. Não reconhecido pelo CPC.

Todos os exemplares deverão ter o colar branco no pescoço, completo ou incompleto e as marcas Collie tradicionais. As orelhas deverão ser portadas em descanso para trás e quando alerta com dois terços da orelha erecta e o outro terço caído para frente naturalmente.

Marta

Merle

Tricolor

Branco

Temperamento

São amigáveis, não agressivos. Acima de tudo, esta é uma raça inteligente que ama o trabalho, mas nos tempos contemporâneos tem pouco instinto de pastoreio, sendo que sua linhagem de sangue consiste em 50% cão perdigueiro e 25% cão de caça a lobos, o que dilui sua influência de 25% de cão pastor. De acordo com o livroA Inteligência dos Cães, de Stanley Coren, o Collie encontra-se na 16ª posição entre as 79 pesquisadas no “IAOC”: Inteligência a Adestramento e Obediência a Comandos.

História

Ambos o Rough e o Smooth Collie descendem de uma variedade de cães pastores locais originados na Escócia. Originalmente, existiam numerosas formas destes cães. Depois da Revolução Industrial, ter um cão desses ficou na moda, e estes Collies antigos foram cruzados com o Borzoi para ficar um uma cabeça mais “nobre”, o que é hoje em dia uma das características verdadeiras do Rough Collie. O cruzamento contínuo para propósitos de exibição em shows drasticamente mudou a aparência dos cães; ele era nos anos 60 um cão muito mais baixo do que hoje em dia. Os cães mais antigos também eram mais fortes de corpo.

André Stancatti no Covernation MTV

Em Abril de 2005, André Stancatti foi convidado a levar um de seus “pupílos” no programa Covernation com Marcos Mignon para a apresentação ao Vivo de práticas de Adestramento. Veja aqui algumas fotos do programa.

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Akita Inu – Adestra Campinas

O Akita ou Akita Inu é uma raça de cães originária do Japão. O nome foi dado em relação à província de Akita, de onde a raça é considerada originária. “Inu” significa cão em japonês, e muitas vezes o animal é referido como “Akita-ken” (um trocadilho, pois a palavra “província” é pronunciada “ken” em japonês).

Aparência

Os cães da raça possuem uma aparência de lobo, sendo fêmeas mais baixas, e os machos maiores. O peso varia entre 34 e 50 kg, e a altura na cernelha deve ser entre 64 e 70 cm para os machos, e 58 e 64 cm para as fêmeas.

Seu aspecto geral é imponente, robusto e nobre, devendo ser bem proporcionado. O focinho é potente e afilado, mas jamais pontudo, com cana nasal reta e curta. Dentes fortes, com mordedura em tesoura, nunca prognatas. Os olhos são levemente pequenos e triangulares, as orelhas são portadas eretas, ligeiramente inclinadas para a frente. A cauda é grossa e forte, com seu comprimento chegando até o jarrete, mas deve portar-se enrolada sobre o dorso.

Sua pelagem é dupla, sendo o pêlo de cima duro e reto e o subpêlo macio e denso, o que lhe dá aparência de um bichinho de pelúcia. Como possui subpêlo, há uma intensa muda (troca de pêlo) em algumas épocas do ano, devendo ser muito bem escovado para manter seu belo aspecto e eliminar os pêlos mortos. Suas cores podem ser vermelho-fulvo, sésamo (pêlos vermelhos com as pontas pretas) tigrado e branco. Os exemplares de todas as cores, exceto a branca, devem apresentar o “URAJIRO” (pelagem esbranquiçada nas laterais do focinho, nas bochechas, sob o queixo, pescoço e ventre, na face inferior da cauda e face interna do membros).

Temperamento

Protetor, prudente, afetuoso e corajoso. Excelente para crianças por ser muito paciente. Late pouco, nunca late desnecessariamente, e é muito seguro de si. É possessivo com seu território, o que faz desta raça excelente guardiã, tanto de propriedades quanto pessoal. Na guarda, seu comportamento não é ostensivo, como pode-se observar nos Dobermanns, mas costuma manter-se em um local que ofereça boa visibilidade, deslocando-se apenas se achar necessário.

É muito apegado ao dono, sendo considerado “cão de um dono só”, sofre muito quando abandonado e às vezes não consegue se adaptar aos novos donos. Entretanto, uma vez conquistado será um excelente guardião e companheiro por toda a vida. Precisa de ensinamento para corresponder ao controlo normal pelo chamamento do dono. De acordo com o livro A Inteligência dos Cães, de Stanley Coren, O Akita encontra-se na 54ª posição entre as 79 pesquisadas. Seus resultados podem ser explcados pela dificuldade “natural” que tem de aceitar ordens de estranhos. Por isso, recomenda-se que desde cedo o próprio dono invista algumas horas na edução de seu cão.

História

Origem da Raça Akita

Dos tempos antigos à era Meiji

Acredita-se que havia uma grande migração de pessoas entre o Japão e a Ásia antes que estas duas áreas se separassem. Foi durante esta época que os cães foram introduzidos no Japão. Ossos de cães do tipo Spitz foram encontrados em sepulturas da Era Jomon (8000 a.C. a 300 a.C).

Após a separação das ilhas que compõe o Japão da grande massa de terra, as embarcações passaram a ser necessárias para se viajar entre as ilhas e o continente e isso diminuiu muito a migração.

A diferenciação entre os cães do tipo spitz iniciou-se a partir do isolamento das regiões e os cães tornaram-se mais apropriados para as necessidades de caça de cada área. Estes cães tornaram-se menos genéricos em aparência com a diminuição da variedade de cruzamentos, porém o tipo básico do spitz permaneceu nestes cães.

A partir do final da Era Jomon, a caça tornou-se popular e muitos ossos de cães foram encontrados junto a outros restos mortais, especialmete na parte nordeste do Japão, junto ao Oceano Pacífico. Mais tarde, na Era Yayoi (300 a.C. a 300 d.C), houve uma diminuição do número de ossos caninos encontrados em sepulturas. Porém, os cães representados em pratos e estatuetas de barro desta era tinham as orelhas eretas e caudas enroladas como os atuais cães japoneses.

Existem referências a cães em alguns livros de história japonesa como o Kojiki (uma crônica do Japão Medieval de 712 d.C) e Nihon Shoki (As Crônicas do Japão da era Yayoi). Na Era Kamakura (1192- 1333) há relatos sobre cães de briga. As briga de cães também eram muito populares na Era Edo (1603 a 1868).

No início da era Edo houve um crescimento da influência européia no Japão. Com a abertura dos portos a navios estrangeiros, a importação de cães do continente europeu tornou-se um negócio bastante próspero e até mesmo uma nova palavra, kara-inu, significando “cão estrangeiro” foi cunhada. A maioria destes cães importados eram do tipo hound. Conta-se que o Xogun Tokugawa Ieyasu possuía uns 70 destes cães para caçar cervos. A popularidade dos cães estrangeiros poderia ter causado o fim das raças nativas do Japão caso os descendentes de Tokugawa Ieyasu tivessem o mesmo interesse nos cães estrangeiros.

Ainda na Era Edo, uma lei bastante curiosa foi criada. Em 1685 o quinto Xogun Tokugawa Tsunayoshi promulgou a lei Shorui Awaremi-no-Rei, determinando a compaixão por todas as coisas vivas e proibindo a matança ou abandono de animais, especialmente de cães. O resultado foi que milhares de cães sem dono passaram a vagar pelas ruas de Edo, hoje a província de Tokyo. Mais de cem mil cães sem dono eram mantidos em canis especialmente construídos para tal.

Por volta do ano 1640 o Japão retraiu-se e isolou-se novamente do resto do mundo negociando apenas com a Mongólia, Coréia e China. O isolamento do Japão durou mais de duzentos anos e só terminou em 1853 com a chegada do Comodoro americano Matthew Perry. Mais uma vez o Japão iniciou um ciclo de interesse em todas as coisas estrangeiras, especialmente ocidentais.

Alguns engenheiros de minas europeus começaram a trabalhar nas minas das montanhas do norte de Honshu. Parte desta área faz parte hoje da Prefeitura de Akita, que nos anos 1800 era chamada de Dewa e sua cidade principal chamava-se Odate. Bastante distante das cidades da planície ocidental, era uma região montanhosa, íngreme e fria. A caça dessa região consistia em javalis, alces e o grande urso Yezo (que chegava a pesar 350Kg). Os cães utilizados para caçar no norte sempre foram conhecidos pelo seu grande porte e eram utilizados em pares de macho/fêmea para encurralar a caça até que os caçadores chegassem. Conta-se que um nobre desenvolveu um tipo de cão especialmente apropriado para este tipo de caçada e este esforço de criação pode ter sido o início do grande cão de caça japonês.

Em contraste com as regiões rurais, nas cidades japonesas, densamente povoadas, geralmente encontrava-se cães mestiços de raças nativas e estrangeiras. Ninguém parece ter feito qualquer tipo de esforço para preservar as raças japonesas das cidades, com exceção do Chin Japonês.

As brigas de cães continuaram populares na Era Meiji (1868 a 1911). Naquela época os Akitas eram chamados cães de Odate por causa do nome da sua cidade. Por volta de 1897, cães de briga Tosa foram introduzidos na prefeitura de Akita. Naquela época Tosa, hoje conhecida como Prefeitura de Kochi, era uma das duas áreas mais populares em brigas de cães.

No início a raça Akita era mais forte do que a Tosa, mas gradualmente a situação se reverteu devido a cruzamentos de cães da raça Tosa com cães de raças europeias. Com as mudanças trazidas pela ocidentalização, alguns cães foram criados especialmente para este esporte. Um dos favoritos era o Cão de Briga Tosa, uma mistura entre o Tosa nativo (Shikoku) e várias outras raças como Buldogue, Dogue Alemão, Pointer, Mastiff etc.

Para aumentar o tamanho e o instinto de briga, o mesmo tipo de cruzamentos foi feito no norte com os cães nativos da região Dewa/Akita. As raças provavelmente utilizadas nesses cruzamentos foram os Dogue Alemão, trazidos pelos engenheiros de minas alemães e os Mastiff Tibetanos trazidos por comerciantes Mongóis.

A partir da Era Meiji até a Era Taisho (1912 a 1925), os cães no Japão eram classificados em três categorias. Uma era o cão de caça japonês, que era grande, com orelhas eretas e cauda enrolada. O segundo eram os pequenos cães vindos da China, chamados Chin. O terceiro eram os mestiços com raças asiáticas e européias, verdadeiros SRD.

Do Início da Era Showa até Hoje – Movimento de Preservação

O início da preservação dos cães nativos japoneses deu-se pelo crescente nacionalismo japonês no século XX. A medida em que o interesse dos japoneses começou a focar-se em sua própria história e cultura, eles começaram a prestar mais atenção aos cães que sempre estiveram presentes no Japão.

Felizmente o isolamento rural do norte do país permitiu que a caça continuasse a ser uma importante fonte de alimentos. Quando a atenção voltou-se para os cães nativos, os Matagi Inu (cães de caça) ainda podiam ser encontrados para servir como base de criação.

Um nome de grande importância no movimento preservacionista foi o do Professor Shozaburo Watase, que publicou um artigo sobre os cães japoneses em 1915. Ele também começou a palestrar sobre este asssunto e fundou um comitê histórico preservacionista para o Ministério de Assuntos de Estado. Em 1919, sob sua liderança, uma lei para a preservação de espécies do Japão foi aprovada.

Nesta época a raça Akita encontrava-se em grande declínio dentre as raças japonesas, não só em números como também em pureza, devido aos diversos cruzamentos com cães de briga Tosa e com cães de diversas raças ocidentais.

Em 1920 o Dr. Watase foi a Odate para pesquisar os cães Akitas da região. Porém ficou desapontado ao constatar que devido à falta de uniformidade dos cães Akita, ele não poderia designar nenhum deles como monumento nacional. Nessa época as brigas de cães ainda eram muito populares e a ênfase na criação dos cães era muito maior na habilidade de briga do que na aparência do cão. Antes de deixar Odate, o Dr. Watase convocou os apreciadores dos cães Akita a preservar a raça antes que a mesma se tornasse extinta.

No início da Era Showa (1926 a 1988), em 1927, o prefeito de Odate, Sr. Shigeie Izumi, contrário aos cruzamentos entre os cães de Odate com outras raças, principalmente com o Tosa, fundou a Sociedade Akita Inu Hozankai (AKIHO) num esforço para preservar a pureza da raça de Odate. Ao mesmo tempo, as brigas de cães gradualmente foram perdendo sua popularidade.

Devido a uma grande preocupação da população com a sobrevivência dos cães japoneses, em junho de 1928 fundou-se o Nipponken Hozonkai (NIPPO), uma organização para os cães Akita, Hokkaido, Shiba, Kai, Kishu e Shikoku). O NIPPO passou a registrar cães japoneses, a publicar um boletim e a organizar exposições.

Na primavera de 1931, um grupo liderado pelo Dr. Tokio Kaburagi foi a Odate pela segunda vez com a disposição de que o Akita deveria ser restaurado ao que se acreditava ser o tipo puro do cão japonês. Finalmente, em Julho de 1931 o governo japonês declarou o grande cão do Japão como um Monumento Natural do Japão. A raça foi finalmente batizada com o nome da região onde se originou passando a ser conhecida como Akita Inu.

No Japão as raças caninas são tipicamente associadas com as áreas de onde se originaram: Akita, Hokkaido, Shiba, Kai e Shikoku. A palavra inu significa cão em japonês. Assim, Akita Inu = Cão de Akita.

O interesse nos Akitas recebeu um grande incremento com a publicidade sobre a raça. Primeiramente em 1932 pela publicação em primeira página nos jornais de Tóquio, da história de Hachi-Ko. Depois pela muito divulgada visita da escritora americana cega, surda e muda Helen Keller ao Japão. Ela expressou interesse na raça e foi presenteada com dois filhotes de Akita. O primeiro morreu ainda novo, mas o segundo tornou-se companheiro inseparável de Hellen até sua morte.

Felizmente essa atenção da mídia coincidiu com o crescente nacionalismo japonês, ou de outro modo os cães nativos do Japão poderiam ter desaparecido definitivamente.

Para ajudar a determinar se um cão verdadeiramente representava um tipo nativo, o NIPPO desenvolveu um padrão escrito da raça publicado em setembro de 1934. A Akiho, que colaborou com a NIPPO durante seus primeiros anos, publicou seu primeiro padrão do Akita em 1938.

De acordo com muitos dos estudiosos dos cães japoneses, o tipo puro original do cão Akita era provavelmente do tamanho dos cães Matagi (caça) encontrados nas aldeias nas montanhas do Japão. Estes cães Matagi era ligeiramente maiores que os cães médios. O objetivo dos criadores sérios de Akitas passou a ser aumentar o tamanho dos cães, mantendo-se a aparência dos cães japoneses.

A Segunda Guerra Mundial quase causou a completa extinção dos Akitas devido à escassez de alimentos e à demanda da pele dos animais pelo exército japonês. Porém, algumas pessoas esconderam seus Akita-Inus e os mantiveram em segredo. Poucos cães sobreviveram à Guerra. Após a Guerra, alguns oficiais das forças de ocupação na Prefeitura de Akita interessaram-se pelos Akitas. Os americanos ajudaram a alimentar e a cuidar desses Akitas.

Mesmo nesses tempos difíceis a restauração da raça foi reiniciada e para preservar a raça, foram feitos alguns cruzamentos, especialmente com Pastores Alemães. Outros cães japoneses também foram utilizados. Após a Guerra os criadores japoneses passaram a tentar erradicar qualquer sinal desses cruzamentos.

Duas linhagens principais emergiram após a Guerra e foram utilizadas no processo de restauração da raça: Dewa e Ichinoseki. A linhagem Dewa veio do cão Dewa-go, do canil do comerciante de cães Yozaburo Ito. A linhagem Ichinoseki iniciou-se com o cão Ichinosekitora-go, de propriedade do Sr. Kuniro Ichinoseki.

Devido à falta de uniformidade na aparência dos Akitas durante os anos iniciais da restauração da raça, os criadores japoneses encontraram muitos problemas em seus esforços iniciais para restaurar o Akita como um cão japonês. A linhagem Dewa era esteriotipada como os Akitas tipo “Pastor Alemão” e a linhagem Ichinoseki como os Akitas tipo “Mastiff”.

Em 1948 foi fundada em Tóquio a Akitainu Kyokai (AKIKYO), uma outra sociedade objetivando a restauração do Akita, com a publicação de seu padrão no mesmo ano.

Hoje ainda existem três organizações que registram os Akitas. A AKIHO é a maior e mais influente. A AKIKYO foi reconhecida em 1988 e mantém-se ativa. A NIPPO, porém, passou a focar-se principalmente nos cães de raças japonesas médias e pequenas.

O padrão atual do Kennel Club Japonês e da FCI baseia-se nos padrões NIPPO, AKIHO e AKIKYO.

A raça Akita sofreu grandes mudanças até chegar ao padrão atual, porém os esforços para a melhoria da raça continuam firme a fim de melhorar os diversos problemas encontrados, tais como tórax estreito, baixa estatura, pelagem muito longa ou muito curta, falta de dentes, língua manchada, forma dos olhos defeituosa, desvios de temperamento, etc.

Utilização

Originalmente, no Japão, era empregado em rinhas, o que quase extinguiu a raça. Também já foi usado na caça a grandes animais, mas hoje serve como cão de guarda, onde destaca-se devido à sua grande força e sentimento de fidelidade ao dono.

Curiosidades

A raça foi quase extinta durante a Segunda Guerra Mundial. Para recuperá-la, foi feito um intenso trabalho de seleção com os exemplares remanescentes. Paralelamente, exemplares mestiçados com Pastor Alemão e Mastins foram para a América, onde foram selecionados e a criação foi direcionada para formar uma nova raça: o Akita Americano.

Existe também uma historia de pura lealdade, onde o protagonista é um Akita chamado Hachiko, que ficou a espera do seu dono por mais de 10 anos na estação de Shibuya, sendo que este nunca retornou do trabalho, pois faleceu no meio do caminho…

Dogue Alemão – Adestra Campinas

O Dogue Alemão é um cão de guarda de porte gigante, elegante e ideal para crianças já que fazem movimentos inesperados. Defende o dono e a casa de qualquer ameaça. Por causa do seu tamanho, os possíveis intrusos nem chegam perto da casa.

Pode alcançar 1,80 m apoiado sobre as patas traseiras e pesar mais de 70 kg. Com uma pelagem curta, não solta muitos pêlos e é fácil de ser escovado. As cores são preta, azul, dourada, tigrada e arlequim (branca com manchas pretas).

É um ótimo cão de companhia, com temperamento equilibrado e que precisa de exercícios diários para manter sua musculatura com boa tonicidade.

Tem uma expressão de autoconfiança e poder. Pode viver em casas pequenas já que não é agitado. A sua altura varia de 76 a 81 cm com o peso entre 54 Kg e 72 Kg.

O Dogue Alemão cresce até um ano e meio e as fêmeas entram no primeiro cio após um ano de vida. De acordo com criadores e veterinários, a primeira cria é aconselhável somente após o terceiro cio, ou seja, com aproximadamente um ano e meio de vida.

Origem e História

A mais antiga referência a um cão com as características físicas do Dogue Alemão remonta a 1000 a.C., em escritos chineses. Acredita-se que ele seja descendente dos antigos molossos do Império Romano. Na Idade Média, era usado na caça ao javali e como cão de companhia e guarda pessoal.

E apesar de também ser conhecido como Dinamarquês, o Dogue Alemão não é originário da Dinamarca, mas da Alemanha.

Em 1863, foi exibido em Hamburgo o primeiro Dogue Alemão similar ao que hoje conhecemos. Ele era resultado de cruzamentos realizados entre Mastiffs, incentivados por Bismark, chanceler alemão e profundo interessado na raça. Em 1876 foi proclamado o cão nacional da Alemanha, daí o nome Dogue Alemão. O padrão oficial da raça foi oficializado em 1891.

Saúde

O estômago do dogue alemão é longo e sujeito à torção gástrica, que é uma das principais causas de morte da raça. É preferível evitar deixar grandes porções de comida à disposição do cão, as refeições devem ser moderadas e em horários determinados.

Pelo seu grande porte, é recomendado deixar ração e água em vasilhames na altura do pescoço do animal, para evitar problemas de postura e deformação das pernas dianteiras. A água deve ser trocada com freqüência devido à salivação excessiva.

Unhas excessivamente grandes podem provocar feridas nos dedos, o que deve ser observado para evitar infecções. É natural que o próprio animal procure lixá-las em pisos de concreto ou outras superfícies. O piso ideal para cães de grande porte é áspero, de forma que eles não escorreguem ou tenham que modificar a postura para se equilibrar, nesse caso causando o espalmamento das patas. Pisos ásperos também favorecem o desgaste natural das unhas, porém na cama ou local de descanso deve haver um pano ou superfície macia, para evitar a formação de calos, principalmente nos cotovelos, joelhos e quadril.

Os problemas ósseos podem ocorrer devido ao seu crescimento extremamente rápido, portanto é importante acompanhar cuidadosamente esse período, e em caso de suspeita de algum desvio de conformação ou de aprumo, procurar orientação de um veterinário.

Curiosidades

O famoso Scooby-Doo da Hanna-Barbera é um dogue alemão, mas curiosamente, não existem exemplares de dogue alemão com as cores do Scooby Doo, ou seja, castanho com manchas pretas.

Atualmente o maior cão do mundo, segundo o Livro Guinness dos Recordes, é um dogue alemão arlequim de nome Gibson, que tem 107 centímetros na altura da cernelha.

Pastor Belga – Adestra Campinas

O Pastor belga é uma raça de cães que possue variedades de aparência bastante distintas entre si: Groenendael, Laekenois, Malinois e Tervueren. O FCI classifica a raça Pastor Belga possuindo essas variedades, porém outros clubes de canicultura tratam as variedades como raças separadas.

Todas as variedades possuem o mesmo tamanho e temperamento em comum, diferindo-se apenas no pêlo e superficialmente.

Aparência

O tamanho é médio. Machos medem entre 61 á 66 centímetros e pesam aproximadamente 30 kg. Fêmeas são menores e mais esbeltas.Eles não costumam ser obesos e sempre estão em ótima forma.

Groenendael

O Groenendael é reconhecido através de seu distinto pêlo preto.

Laekenois

O Laekenois é reconhecido através de seu pêlo lanoso marrom e branco.

Malinois

O Malinois é reconhecido através de seu pêlo curto marrom e amarelo, e suas orelhas, face, e focinho pretos.

Tervueren

O Tervueren é reconhecido através de seu pêlo duplo grosso, geralmente mogno com variações de revestimento preto, incluindo uma máscara preta. Uma pequena parte branca no tórax é permitida, assim como pontas dos pés brancas. Tervueren ainda pode ser escuros ou cinzas, mas alguns países desconsideram esta variedade.

Groenendael: pêlo preto

Laekenois: pêlo lanoso

Malinois: pêlo curto

Tervueren: pelagem dupla e grossa

Temperamento

Pastores Belgas foram selecionados por serem inteligentes, alertas e atentos à tudo que acontece ao redor deles, e para desenvolver laços de relações extremamente fortes. Isto significa que eles necessitam uma socialização significante quando filhotes, passagem de vida bastante ativa, e irão procurar estar todo o tempo com o “seu humano”, preferivelmente fazendo alguma atividade do que ficar esperando do lado do dono. Podem achar bastante difícil ficar a sós.

Os Malinois são cães muito inteligentes e que respondem com muita facilidade a estímulos. Da mesma maneira, se não forem socializados, estimulados, enquanto filhotes, podem desenvolver uma espécie de `receio` ou `medo`. Essa falta de socialização e o modo como ela é demonstrada é comum em quase todas as raças caninas, porém parece que há uma tendência maior de os filhotes de Malinois desenvolverem fobias e receios se não forem adequadamente socializados.

Os Pastores Belgas gostam de agradar, e podem reagir muito mal a treinamentos “negativos” (baseados em punições ou intimidações), e devem ser treinados apenas em treinos baseados em recompensas. Também podem se comportar como se pensassem que são mais espertos que seus donos, então é importante para o dono saber como treinar cães ou então registrá-los em canis de adestramento. Treinamento profissional é altamente recomendável por treinadores/academias especificamente à este tipo de cão, bem como treinamento contínuo ou o desenvolvimento que vai além do básico, como obediência, agility e pastoreio e outros esportes. Isto porque os Pastores Belgas, como uma regra, requerem estimulação mental tanto quanto ou mais do que física. A maioria dos donos de Belgas sabem que treinos baseados em rotinas não são o ideal para eles. Nem exercícios repetitivos são uma atividade que irá se provar bem sucedida. Se o Belga faz algo bem feito por três vezes seguidas, ele, ou ela, não vê sentido em fazê-lo pela quarta vêz!

Pastores Belgas precisam de muita atividade e interação muito próxima das pessoas. Como a maioria das raças de pastoreio, precisam de um trabalho para fazer (seja jogar frisbee no parque, pastoreio, aprender truques, agility). Tocar um brinquedo sem parar para o cão ir buscar funciona para algumas outras raças, mas os Belgas são cães inteligentes e sociáveis que podem facilmente ficarem entediados com uma repetição tão simples e complacente. Muitos Belgas dão maginíficos cães de assistência que prosperam em saber que seu trabalho é de fato necessário para aquela pessoa escolhida.

Cuidados

São amplamente considerados serem um belo cão, leais, inteligentes, divertidos, assim como bem apropriados para a vida em família. Porém, por causa da sua alta sensitividade à criticas ou a ser ignorado, é necessário ter um cuidado no tratamento e na socialização, eles necessitam de incentivos e atividades intencionais, e seu potencial (em comum com outros cães de muita energia, como os Huskies Siberianos) em desenvolver problemas ou até ser destrutivos se entediados, não são usualmente considerados apropriados para o dono de primeira vez ou sem experiência, ou alguem que não pode dár-lhes suas necessidades.

Saúde

Belgas sobretudo são uma raça bem saudável, especialmente comparados à outras tantas raças. Suas doenças mais comuns são epilepsia, displasia da bacia, problemas com a tireóide, e cataratas. Um estudo indica que 17% (um em cada 6) desenvolvem epilepsia, apesar de que a maioria deles irão apenas desenvolver uma epilepsia curta, repentina e ocasional e não irão ficar seriamente afetados com isso. A forma mais compacta dos Belgas significa que serão menos suscetíveis à desenvolver displasia do que Pastores Alemães ou outras raças (por volta de 8% ou 1 em 12). Catarata pode ser desenvolvida por volta de 2-4 anos.

Beagle Inglês – Adestra Campinas

O Beagle é um cão de origem inglesa do tipo sabujo, de porte médio, onde até hoje é usado em caça à lebre e à raposa.

Tem entre 33 e 45 cm de altura, pelagem típica de hound, ou seja, branco, preto e um tom avermelhado, podendo ainda ser bicolor sendo elas:Preto e marrom, preto e branco ou marrom e branco. O uso como animal de estimação doméstico é muito comum atualmente.

O beagle é um cão muito ativo, extremamente dócil e, quando filhote, muito chorão. Necessita fazer exercícios diariamente, pois tem tendência a engordar. Apesar de ser pequeno, é um cão ágil, usado para a caça.

É ideal para casas com crianças, porque não se cansa de brincar com elas e jamais se torna agressivo. Adapta-se bem a apartamentos desde que possa disponibilizar cerca de meia hora por dia para ele correr em algum lado.

É preciso ter cuidado visto ele ser um cão extremamente guloso, porque vai atrás de qualquer pessoa que lhe mostre comida. Não é bom para cão de guarda uma vez que adora toda a gente. Pode ladrar bastante se julgar que alguma coisa está errada.

Na literatura, o beagle mais famoso é certamente Snoopy.

Origem

O Beagle é uma raça inglesa muito antiga, mencionada no século III pelo bardo escocês Ossian. Foi altamente privilegiada nos reinados do rei Henrique VIII e da rainha Elizabeth I. Nessa época eram descritas três variedades:
  • O do sul, o maior deles, com pelagem branca e preta.
  • O do norte, de tamanho médio.
  • O pequeno, menos de 35 cm de altura, o beagle Isabel, também conhecido como “cantor” por causa da sua voz melodiosa.

Os primeiros beagles foram introduzidos primeiramente na França por volta de 1860 e em 1914 foi fundado o Clube Francês do Beagle. Por ser um cão que agrada a todos seus proprietários, rapidamente tornou-se o sabujo mais popular na França e no mundo. As pessoas apreciam o seu tamanho reduzido, seu temperamento, sua versatilidade, sua eficácia e velocidade.

Temperamento

De acordo com seu padrão, o beagle é um cão alegre, audacioso, ativo, energético e determinado. É vivo, inteligente, também é um cão que não demonstra ser egoista ele pode dividir muito bem o espaço em que vive e de temperamento estável. É também corajoso, resistente e possui um bom faro. Apesar de teimoso não é agressivo; muito liberal e autónomo, o beagle não é muito amigo de grandes mimos ou carícias, mas deixa-se mimar e domar perfeitamente.

É um cão que conduz a matilha e faz seu trabalho de caça sozinho, aos pares ou com todo o grupo. É pequeno mas também polivalente: caça lebre, coelho, raposa, cabrito selvagem e até javali.

Por seu temperamento excelente e sua afetuosidade, o beagle é o animal de estimação de toda a família. Para se conviver bem com esta raça, é porém necessário dar um treinamento firme ou correrá o risco de ter um cão obstinado e possessivo em casa.

Pode adaptar-se à vida da cidade, mas necessita de espaço para gastar a energia. Deve ser escovado uma vez ou duas vezes por semana, e suas orelhas necessitam de atenção regular.

Inteligência

O beagle está entre as raças mais difíceis, com o menor grau de obediência. Durante o treinamento inicial, pode precisar de dezenas repetições de comandos simples antes de mostrar sinal de que faz idéia do que se trata. Não é raro que precise executar centenas de vezes um comando de forma correta, antes de se tornar confiável na sua performance. Para assegurar obediência é necessário muito treino, o que pode exigir muita paciência e tempo.

Cotidiano

O Beagle é um cachorro que tem muita energia. Não é a toa que era e é utilizado para caçar lebres. São comuns histórias de beagles que desaparecem por debaixo do nariz do dono quando avistam uma preá adentrando um matagal. Três dias depois, com o dono já dando o cachorro como morto, ele reaparece… com a preá na boca e o rabo balançando.

Por isso não adianta colocar pimenta, tabasco, rapé ou pólvora nos objetos que o beagle potencialmente vai destruir; ele os destruirá mesmo assim. O que você deve fazer é passear com ele várias vezes ao dia – pelo menos duas, quando não três – de preferência em locais abertos, como parques, onde ele possa correr.

A idéia é exaurir a energia do beagle naturalmente e fornecer a ele objetos que ele possa destruir dentro da lei quando ele estiver ocioso em casa, sem é claro descuidar da parte pedagógica e não deixar de repreendê-lo quando ele destruir o que não deve. Por oportuno, ao passear com seu beagle no parque, mantenha-o na guia e corra junto ou ensine o bicho muito bem ensinado, porque além de lépido o beagle é famoso por sua tenacidade e brio, o que significa que ele não vai pensar duas vezes antes de chamar o maior pastor alemão do parque para brigar.

Características físicas

Cabeça: possante sem ser grosseira, sem rugas nem dobras; crânio ligeiramente arqueado; stop bem marcado; nariz reto; focinho um tanto curto; mandíbulas fortes; lábios moderadamente descidos e trufa larga.
  • Orelhas: longas, de inserção alta e textura fina, pontas arredondadas pendem encostadas nas bochechas.
  • Olhos: castanhos escuros ou avelã, razoavelmente grandes, bem afastados com uma expressão meiga.
  • Corpo: compacto, com traços de dignidade sem ser grosseiro; pescoço longo com pouca barbela; peito largo e profundo; dorso curto e poderoso.
  • Cauda: forte, de comprimento moderado, inserção alta e portada alegremente. Bem-coberta de pêlos, principalmente na parte inferior.
  • Pêlo: curto, denso e resistente.
  • Cor: tricolor (branco, preto e marrom) e bicolor (marrom e branco ou branco e preto).
  • Tamanho: de 33 a 45 cm.
  • Peso: de 15 a 20 kg.

Curiosidades

  • Beagle é a raça do cãozinho Snoopy, desenho animado.
  • Beagle é o nome do navio no qual o naturalista Charles Darwin viajou em torno do mundo na primeira metade do século XIX, após esta viagem ele elaborou a teoria da Seleção Natural.
  • Dia 12 de junho é o dia do Beagle, na França.

Bernese Mountain Dog – Adestra Campinas

O boiadeiro de Berna (também conhecido pelos nomes de Berner Sennenhund, em alemão, e Bouvier Bernois, em francês, ou ainda cão da montanha de Berna) é uma raça de cães de trabalho originária do cantão de Berna, na Suíça.

Aparência

Os Berner, como são normalmente chamados, são uma raça de cães tricolores de grandes proporções, medindo 58 a 70 cm na altura dos ombros. Os padrões da raça não delimitam o peso dos animais, mas ele costuma variar entre 30 e 60 kg. A raça pode ser facilmente identificada pelo padrão tricolor da pelagem: corpo, pescoço, pernas, cabeça e orelhas são totalmente pretos; o rosto, os pés e as marcas sobre os olhos são cor de ferrugem ou marrom; os dedos, o peito, o focinho, a ponta da cauda e uma faixa entre os olhos são brancos. O padrão de cores é rígido e pode variar ligeiramente apenas na quantidade de branco. Um cão com a marca do peito perfeita apresenta uma marca em forma de “cruz suíça” branca quando visto de frente na posição sentada. Os olhos são de um marrom escuro marcante e de forma amendoada. Os Boiadeiros de Berna machos são geralmente maiores que as fêmeas, mas ambos os gêneros são igualmente fortes. 

Cuidados

A pelagem do boiadeiro de Berna tem aparência áspera, mas a sua textura é suave. A pelagem interior (undercoat) é bastante densa; a pelagem é bastante resistente ao tempo a poeira. Uma ou duas boas escovações semanais são suficientes para mantê-la em boa forma, exceto quando houver troca de pelos: neste período são aconselhadas escovações diárias durante toda a muda. Os Boiadeiros de Berna tem uma muda anual a queda de pelos nesse período é esperada.

Temperamento

Os boiaderos de Berna são cães de exterior, mesmo sendo bem comportados quando dentro de casa. Necessitam de exercício e atividade, mas não tem grande resistência. Podem se mover com grande velocidade, apesar de seu tamanho, quando motivados. Se não tiverem problemas nas juntas, apreciam as caminhadas e caminham geralmente juntos de seus donos.

O seu temperamento é um ponto forte da raça. São afetuosos, leais, obedientes, estáveis e inteligentes. A maioria dos Boiadeiros de Berna convive bem com outros animais de estimação como gatos, cavalos, etc. São muito bons para adestramento caso os seus donos sejam pacientes e e mantenham um treinamento consistente; eles necessitam de algum tempo para interpretar o treinamento. Não respondem bem a tratamento violento, mas estão sempre ansiosos para agradar em troca de reconhecimento e de prendas. A raça é de temperamento estável, paciente e carinhosa.

São também cães carentes de atenção e amor, muito amorosos. Adoram se recostar nas pessoas ou sentar aos seus pés.

Seu temperamento calmo faz deles cães ideais para puxar pequenas cargas, tarefa para qual eram originalmente usados na Suíça. Com o treinamento adequado eles adoram puxar crianças em carrinhos e participar de paradas. Alguns clubes de Boiadeiros de Berna nos Estados Unidos oferecem workshops deste tipo de tarefa para os cães.

Teste de Temperamento de Filhote de Cão (Volhard)

Aplicar aos 49 dias de vida do filhote

Lembre-se: você quer que o filhote de cão cresça com bom temperamento e deseja conviver com ele por muitos anos. Conhecer o temperamento antes de comprá-lo é evitar uma futura decepção

Pré-requisitos: aplique o teste aos 49 dias de vida. É quando o cão está neurologicamente completo e com cérebro de adulto. A cada novo dia as reações estarão mais impregnadas pelo aprendizado anterior. Teste um filhote por vez, em boas condições. Ele deve estar ativo e com boa saúde. Não faça o teste logo depois de ele comer, nem no dia da vacinação e nem no dia seguinte. Aplique o teste na seqüência da tabela abaixo, em local tranqüilo e desconhecido do cão (basta um cômodo ou área com piso não escorregadio, de 4 m2). Além do examinador, que pode ser você ou outra pessoa estranha ao filhote, deve estar presente também o anotador da pontuação, que não pode interferir na atuação do cão. Antes de marcar os pontos, o anotador confirma a avaliação dele com o examinador.

Aplicação: procure não intimidar o filhote. Evite inclinar-se sobre ele, gesticular ou avançar as mãos bruscamente. Fale com suavidade. Ao bater palmas, seja delicado. Se o cão não reagir a você ou demonstrar extremo estresse, afastando a cara e ficando rígido, pode estar estranhando a sua presença. Nesse caso, tente se entrosar com o filhote e reiniciar o teste algum tempo depois.

Avaliação: vale a primeira reação do filhote.

OS TESTES

1 – Chamar (Atração por pessoas)

Indica: sociabilidade, treinabilidade.

Como fazer: o criador traz o filhote e sai. Fique a cerca de 1,20 metro do cão, agachado. Bata palmas e, falando de forma afetuosa, estimule-o a vir.

Pontuação: o cão vem logo, animado, e: a) salta e morde a mão do examinador = 1 ponto; b) bate com a pata no examinador, lambe a mão = 2; c) não encosta no examinador = 3. O cão: a) vem logo, sem mostrar ânimo = 4; b) vem hesitante = 5; c) não vem = 6 (visando aos próximos testes, deixe o cão cheirar sua mão, acaricie-o e converse com ele de forma encorajadora para despertar-lhe a confiança).

2 – Acompanhar (Seguir a liderança humana)

Indica: independência, interação com humanos, treinabilidade.

Como fazer: aplique após o teste anterior sem interrupção. Levante e se afaste devagar. Fale com o cão, bata palmas e chame-o. Só depois marque os pontos de ambos os testes. Enquanto isso, procure interagir com o filhote.

Pontuação: o cão segue logo, animado, e: a) coloca-se entre os pés do examinador e o morde, atrapalhando a caminhada = 1 ponto; b) coloca-se entre os pés do examinador = 2; c) não se coloca entre os pés do examinador nem encosta nele = 3. O cão: a) segue logo, mostrando submissão = 4; b) segue hesitante = 5; c) não segue ou se afasta = 6.

3 – Restrição (Facilidade de controle sob domínio físico)

Indica: submissão, treinabilidade.

Como fazer: agachado, vire com muita delicadeza o filhote de costas e segure-o com uma mão no peito, sem muita pressão, por até 30 segundos, olhando-o com expressão gentil e tentando estabelecer contato visual, porém sem falar. Observe a reação.

Pontuação: a) o cão se debate muito e morde = 1 ponto; b) debate-se muito = 2; c) debate-se e aceita, sem evitar contato visual com o examinador = 3; d) debate-se pouco e aceita = 4; e) não se debate = 5; f) não se debate e se esforça para evitar contato visual = 6.

4 – Acariciar (Facilidade de controle pelo carinho)

Indica: independência, dominância, aceitação de proximidade de pessoas, treinabilidade.

Como fazer: aplique em seguida ao teste anterior, marque os pontos de ambos depois. Deixe o filhote ficar em pé ou sentar, agache-se ao lado dele e acaricie-o da cabeça à cauda com uma mão. Observe a reação.

Pontuação: a) pula, bate com as patas, morde, rosna = 1 ponto; b) pula, bate com as patas = 2; c) receptivo, roça no examinador e tenta lamber seu rosto = 3; d) muito receptivo, lambe a mão do examinador = 4; e) rola no chão e lambe a mão = 5; f) afasta-se = 6.

5 – Elevação (Facilidade de controle em situação de risco)

Indica: dominância, medo.

Como fazer: mantendo a posição agachada, pegue o filhote com as mãos sob o peito e levante-o cerca de 30 cm, por até 30 segundos.

Pontuação: o cão se debate e: a) morde = 1 ponto; b) não morde = 2; c) aceita, debate-se, aceita, seguidamente = 3. O cão não se debate e fica: a) relaxado = 4; b) tenso = 5; c) paralisado = 6.

6 – Buscar (Vontade de fazer algo pelo dono)

Indica: treinabilidade, interação com humanos, obediência.

Como fazer: ainda agachado, acene com um papel amassado (bolinha) e lance-o cerca de um metro à frente do cão, em local visível, encorajando-o a buscar.

Pontuação: a) o cão pega o papel e se afasta = 1 ponto; b) pega, não traz e não se afasta = 2; c) pega e traz = 3; d) vai até o papel e volta sem ele = 4; e) começa a ir ao papel mas perde o interesse = 5; f) não vai ao papel = 6.

7 – Pressão na pata (Resistência à dor)

Indica: sensibilidade à dor.

Como fazer: continue agachado e aperte de leve, com o polegar e o indicador, os dedos de uma pata dianteira do cão. Aumente aos poucos a pressão e conte mentalmente de um até dez ou pare antes se o cão reagir. Se ele não deixar tocar a pata, pressione a orelha.

Pontuação: total contado a) de 8 a 10 = 1 ponto; b) 6 a 8 = 2 pontos; c) 5 ou 6 = 3 pontos; d) 3 a 5 = 4 pontos, e) 2 a 3 = 5 pontos; f) 1 ou 2 = 6 pontos.

8 – Barulho forte (Reação a sons)

Indica: sensibilidade a ruído, medo.

Como fazer: coloque o filhote no centro da área e fique ao lado dele. O observador, de frente para o filhote e não muito próximo, bate forte uma colher numa panela, ambas de metal, uma única vez.

Pontuação: o cão localiza o som e: a) vai excitado até a origem = 1 ponto; b) vai até a origem, sem excitação = 2; c) não vai, mas mostra curiosidade = 3; d) não vai e não mostra curiosidade = 4; e) encolhe-se, afasta-se e esconde-se = 5. O cão ignora o som = 6.

9 – Perseguir (Reação a algo que se move)

Indica: potencial para perseguir pessoas, animais e objetos em movimento, bem como sensibilidade visual.

Como fazer: ponha o filhote no centro da área. Amarre uma toalhinha na ponta de uma guia e, ficando ao lado dele, lance-a rente ao chão. Puxe-a de volta aos poucos em três vezes e observe a reação que prevalece.

Pontuação: a) o cão ataca e morde = 1 ponto; b) pega a toalha sem atacar = 2; c) investiga com interesse = 3; d) olha curioso mas não investiga = 4; e) foge ou se esconde = 5. f) ignora = 6.

10 – Pegar de surpresa (Reação a situação inesperada)

Indica: estabilidade, equilíbrio.

Como fazer: a um metro e meio do cão, abra um guarda-chuva e coloque-o no chão para ele investigar.

Pontuação: a) avança e morde = 1 ponto; b) aproxima-se e abocanha sem morder = 2; c) aproxima-se, investiga e não abocanha = 3; d) fica parado e olha = 4; e) afasta-se e esconde-se = 5; f) ignora = 6.

O QUE SIGNIFICA A PONTUAÇÃO

Em geral, o cão obterá pontuações diferentes no decorrer do teste, com variação pequena e prevalecendo uma delas. Se a variação for grande e o cão não tiver problema de saúde, é possível que ele seja muito instável. Veja o que a prevalência de cada pontuação indica:

Prevalece 1 ponto: cão muito dominante, de difícil controle. Com forte desejo de liderança, não hesitará em lutar por ela, agredir e morder pessoas e outros cães. Só deve ir a um lar muito experiente, e receber treino rotineiro. Não deve conviver com crianças, idosos e outros animais.

Prevalecem 2 pontos: cão dominante, aspira a liderança. De eventual difícil controle, pode morder. Autoconfiante demais e com excesso de energia para crianças, idosos e outros animais. Requer exercício e treino, além de horários rígidos. Donos experientes podem obter ótimo convívio com ele.

Prevalecem 3 pontos: convive bem com pessoas e outros animais. Pode ter muita energia e precisar de muito exercício. Boa opção para um dono que já teve outro cão. Precisa de treino e aprende depressa.

Prevalecem 4 pontos: é o tipo de cão adequado para companhia e a melhor opção para donos de primeira viagem. Não é o guarda ideal por ser submisso demais. Raramente se esforçará para obter uma “promoção” na família. Fácil de treinar e bastante tranqüilo.

Bom para idosos e crianças pequenas, das quais pode até precisar ser protegido.

Prevalecem 5 pontos: muito submisso, medroso e tímido, requer manejo cuidadoso. Tende a se assustar com pessoas, lugares e barulhos estranhos. Até um piso diferente pode incomodá-lo. Quando recebe carinho, na chegada do dono, pode urinar em sinal de submissão. Se encurralado, tenta fugir. não conseguindo, pode morder. Precisa de um lar especial, sem crianças e onde o ambiente não mude muito. Melhor para um casal tranqüilo.

Prevalecem 6 pontos: tão independente que não se apega ao dono. Apesar de pessoas o utilizarem como guarda, não é recomendado pois costuma provocar acidentes.

Pontuação muito irregular: indica temperamento instável, não recomendável em um cão para uma família.

Outras interpretações

O teste Restrição é um dos mais cruciais: indica como o cão reage à liderança humana.

Para crianças: o filhote com prevalência da pontuação 4, e, a seguir, da pontuação 3, será bom com as crianças e se dará bem nos treinos. O filhote que fica relaxado e não se debate durante o teste Elevação será fácil de lidar quando adulto.

Treinabilidade: os mais facilmente treináveis são os com prevalência de pontuação 4 ou 3 ou de ambas, mesmo que tenham baixa sensibilidade ao toque, que pode ser compensada com equipamento adequado de treino. No teste Buscar, o filhote que volta com ou sem o papel está propenso a trabalhar para as pessoas. Pode ter ótimo desempenho em provas de obediência e ser, por exemplo, apto aos treinamentos mais sofisticados, como o de cão para guia de cegos.

Para experts: o cão com pontos repetidos 1 ou 2 precisa de muita liderança e experiência para ser controlado. É o dominante. Especialmente se obteve 1 ponto nos testes Restrição e Elevação.

Guarda: conforme a prevalência de pontuação nos dez testes, o cão demonstrará potencial para um determinado tipo de guarda. Os cincos primeiros testes são os mais importantes, pois avaliam graus de dominância, porém os demais também devem ser levados em conta.

a) casa com adultos inexperientes: prevalência de 4 pontos;

b) casa com adultos experientes e com tempo disponível para dedicar ao cão: prevalência de 3 e 2 pontos;

c) guarda restrita ao uso profissional: prevalência de 2 e 1 pontos. Leigos que ficam com esses cães estão muito sujeitos a provocar acidentes.

Casos especiais: a pontuação 5 no teste Barulho Forte está bastante relacionada a timidez e medo — o melhor para esse cão é um lar calmo e silencioso. Não reagir de forma alguma ao som pode indicar surdez.

Um filhote com muitos 6 e 1, além de independente (ver Prevalecem 6 pontos), pode ser mordedor e, se tiver pontuações 5, pode ter pânico de pessoas.

Pontuação 5 nos testes Pressão na Pata e Barulho Forte indicam um cão que pode se apavorar facilmente e morder por medo em situações estressantes.

O CÃO NEM SEMPRE É O ESPELHO DO DONO

O temperamento herdado determina traços fundamentais do comportamento de um cão. Saiba como detectá-los no filhote, antes da compra

“A posse responsável de cães não basta para evitar a agressividade excessiva e os desequilíbrios comportamentais”, adverte o leitor de Cães & Cia, Luciano Jamas dos Santos, major, oficial veterinário e chefe do setor de cinotecnia da Polícia Militar do Rio de Janeiro, em carta publicada pela revista. “É preciso também valorizar a criação responsável.”

O conceito de criação responsável refere-se à produção de cães que possibilitem aos donos realizar a parte deles, a posse responsável, visando evitar danos à comunidade. A criação é fundamental no momento de decidir quais cães acasalarão, buscando privilegiar não só as formas mas também o equilíbrio do temperamento. Quem cria pode ainda desempenhar um papel importante vendendo o cão certo para o dono certo. “Os criadores deveriam medir a dominância dos filhotes e vendê-los conforme o temperamento inato e o lar onde irão viver”, diz Luciano. “Os mais submissos seriam para o convívio com crianças, os dominantes para quem quer um cão de guarda, sendo o dono orientado no sentido de socializar e treinar para proteção. Os extremamente dominantes com forte agressividade — só seriam vendidos mediante a assinatura de um termo de responsabilidade.”

Quem tiver a sorte de encontrar um vendedor preocupado em avaliar e indicar o filhote adequado ao perfil do comprador, saberá que está lidando com um criador responsável. “Já me recusei a vender um filhote muito dominante para uma pessoa sem experiência para educá-lo”, conta Daniela Prado, do Canil Mendara Rottweilers, que orienta os compradores a escolher um filhote com base no temperamento. “Fui até chamado de louco por não vender filhotes para pessoas despreparadas para lidar com os cães que haviam escolhido”, lembra o criador de Golden Retriever, Marcos Nishikawa, do Golden Trip’s Kennel. “Estudo o perfil do comprador e sugiro o filhote mais adequado”, revela.

O futuro dono deve conhecer o temperamento de um filhote antes de adquiri-lo, mesmo que o criador não tome a iniciativa. Nem todo filhote chega ao mundo com o temperamento considerado ideal para a raça dele, e nem todos nascem “bonzinhos”. Alexandre Rossi, zootecnista e adestrador, explica que o temperamento inato molda todas as reações do cão durante a vida. “Se um cachorro apresentar aversão a estranhos e situações novas até a oitava semana, dificilmente terá uma reação calma e amistosa em relação a desconhecidos, mesmo não atacando por ter sido treinado”, avisa. Para o norte-americano Daryl Cooper, adestrador e especialista em comportamento animal há mais de trinta anos, o temperamento inato do cão é como a planta de um edifício. “Cabe ao homem agir como o empreiteiro e trabalhar sobre essa planta usando seus conhecimentos e as melhores ferramentas de que puder dispor.”

São comuns os casos de donos que se decepcionam ao ver aquele filhotinho tão sapeca se transformar em um adulto agressivo e desobediente. “Cão que não é o que se esperava dele acaba negligenciado pelo dono, gerando uma situação infeliz para ambos”, lamenta a treinadora e comportamentalista Cláudia Pizzolatto. Casos extremos, como o sacrifício do cão por excesso de agressividade, também são conhecidos. Tanto Cláudia quanto Alexandre Rossi já se viram obrigados a sugerir esse recurso. “A maioria dessas decepções seria evitada se os filhotes mais dominantes fossem vendidos a donos mais experientes”, comenta o veterinário especializado em comportamento animal, Mauro Lantzman.

Pode-se identificar o temperamento de um filhote por meio de testes. Entre eles, destaca-se o dos adestradores, estudiosos do comportamento canino e autores de livros sobre o assunto, Jack e Wendy Volhard. Conhecido por Teste de Volhard, é considerado um dos mais abrangentes. Baseia-se em outros testes com histórico de bons resultados, como o de Campbell e o utilizado por Pfaffenberger, que, testando filhotes, aumentou de 9% para 90% o aproveitamento de cães para guia de cegos.

“Milhares de criadores já adotaram o Teste de Volhard, com alto índice de acerto na previsão do comportamento adulto”, afirma Wendy Volhard. “Eu mesma testei mais de 500 ninhadas e aconselhei donos e criadores sobre o que era mais indicado para cada filhote. ” Wendy lembra que a idade ideal para o teste é 49 dias de vida do filhote (ver Pré-requisitos em Teste de Volhard). Para Cláudia Pizzolatto, se a data ideal for perdida, é admissível a aplicação com alguns dias de atraso, nunca passando de 60 dias.

Cláudia utiliza e recomenda o teste. “Dos filhotes testados, pude acompanhar pelo menos doze até se tornarem adultos e seu comportamento confirmou as previsões”, afirma. “Uma vantagem é evitar que o comprador leve para casa um cão agressivo ou medroso demais”, acrescenta Alexandre Rossi, que alerta: “Erros de avaliação podem acontecer por parte do examinador ou devido a fatores que alterem as reações do filhote.”

O teste de temperamento é muito usado por profissionais envolvidos com o treino de cães para a guarda. A meta é selecionar os mais aptos (ver Teste de Volhard, Outras Interpretações). A Polícia Militar do Rio de Janeiro aplica, desde 1995, testes desse tipo. “Por meio de seleção genética e testes nos filhotes, queremos formar um plantel adequado para o serviço policial”, informa o major Luciano. O mesmo acontece na Polícia Federal com relação a cães de guarda e farejadores. “Instintos como defesa e caça não se ensinam ao cachorro, pois já nascem com eles em maior ou menor grau”, destaca o chefe do Canil Central da PF, Antônio José de Miranda Magalhães. “Um cão que não demonstra vontade nesses testes poderá até ser um bom cão para o trabalho, mas não o ideal.”

O comprador, para aumentar a chance de adquirir um filhote equilibrado, deve se certificar do bom temperamento dos pais. “Não compre o filhote se, na presença do dono, um dos pais não puder ser solto entre estranhos”, recomenda Daniela Prado. “Se o casal teve filhotes em outras crias, procure conhecer dois ou três deles”, acrescenta Alexandre Rossi.

Do ponto de vista comercial, um cão colocado em um lar adequado se transforma em uma ótima forma de divulgação, pois se tornará um animal simpático, do qual todos gostam e perguntam onde foi comprado. Para Marcos Nishikawa, priorizar o temperamento só tem trazido benefícios. “O número de pedidos é maior que o número de cães que tenho para entregar.”

Carrapatos prevenção!

A infestação por carrapatos no cão, além de provocar um incômodo muito grande ao animal pela coceira que provoca (reação alérgica), pode causar anemia e transmitir doenças como a Babesiose e a Erlichiose. A anemia no cão pode ocorrer nas grandes infestações, uma vez que o carrapato se alimenta do sangue do animal. Mas não é necessária uma grande quantidade de carrapatos para que a Babesiose ou a Anaplasmose sejam transmitidas.

Às vezes, um ou dois carrapatos que estejam carregando formas infectantes dos protozoários causadores dessas enfermidades são o bastante para que o cão contraia uma dessas doenças.

Assim, o controle do carrapato deve ser constante e qualquer sinal de apatia, febre, falta de apetite e mucosas (gengivas ou conjuntiva) pálidas em cães que costumam ter carrapatos, é motivo de uma visita ao veterinário e um exame de sangue, para detecção da Babesia ou da Erlichia. Elas são tratáveis quando diagnosticadas a tempo.

Mas o que fazer para evitar que o cão pegue carrapatos?
Infelizmente, não há nenhum esquema de tratamento preventivo. Se o cão freqüenta áreas infestadas por carrapatos, ele certamente irá pegá-los. Regiões com vegetação em sítios ou fazendas, são os lugares mais comuns. Porém, existem muitos casos de pessoas que tem problemas com carrapatos dentro de seus canis ou quintais e até em apartamentos. Às vezes, num passeio a uma praça ou parque, o cão pode se infestar.

E como combater o carrapato?
Assim como as pulgas, o carrapato não é um problema só do animal, mas sim do ambiente. O carrapato, em todos os seus estágios de vida (desde larva até adulto), é muito resistente. Combater o carrapato é difícil. Você pode eliminá-lo do cão facilmente com banhos carrapaticidas, porém, o inimigo que você não vê, ou seja, os ovos e larvas, estão no ambiente e nele sobrevivem durante meses. Muitos são os casos de proprietários que vivem combatendo o carrapato no cão, mas nunca conseguem exterminá-lo por completo.

Um outro detalhe é que os carrapatos colocam seus ovos na vegetação e também em frestas das paredes e piso. Dessa forma, todos esses lugares têm que ser tratados e não somente os cães. Quem tem na vizinhança terrenos com mato, criação de animais como cavalos e gado, pode sofrer com os carrapatos, pois esses parasitas são capazes de escalar altos muros em busca de alimento. Se isso estiver ocorrendo, é preciso controlar a infestação também na parte externa.

Um combate eficaz ao carrapato inclui:

No animal:

banhos carrapaticidas. Quando a infestação é grande, repetir os banhos a cada 15 dias;
animais de pêlos longos devem ser tosados no verão, época em que o calor e umidade fazem com que a incidência de carrapatos aumente muito;

produtos carrapaticidas de longa duração, em gotas para aplicação tópica (local) ou spray, podem ser aplicados, a critério do veterinário.

No ambiente:

uso de carrapaticidas: aplicar nos canis, casinha dos cães, em plantas e canteiros, atentando para frestas nas paredes ou pisos e ralos. O forro da casa não deve ser esquecido. Repetir o tratamento a cada 15 dias;
em canis de alvenaria, o uso da “vassoura de fogo” é muito eficaz. O calor irá destruir todos os estágios do carrapato. Repetir o tratamento a cada 15 dias; uma opção caseira são aparelhos com jato de vapor d’água fervendo;
se possível, fechar todas as frestas existentes nos canis ou paredes dos quintais, assim como no piso;
mude de produto a cada 2 ou 3 aplicações, para que o carrapato não desenvolva resistência e o tratamento passe a ser ineficaz.

Importante:

filhotes, fêmeas gestantes e gatos não devem ser banhados com produtos carrapaticidas;
CONSULTE O VETERINÁRIO antes de usar qualquer produto;
banhos carrapaticidas devem ser dados com o cuidado de não permitir ao animal lamber o produto durante o banho. A ingestão pode causar intoxicação grave;
animais com ferimentos abertos (feridas ou queimaduras) não devem ser tratados;
existem carrapaticidas para uso em cães, porém, muitas vezes são recomendados produtos de uso em bovinos e cavalos. AS DOSAGENS SÃO DIFERENTES. Consulte o seu veterinário antes de usar esses produtos;
retire os animais do ambiente que irá receber o tratamento contra carrapatos até que o produto usado seque completamente.

O combate ao carrapato deve ser intensivo e durante um longo período de tempo. Nos meses mais quentes, a infestação pode voltar e os cuidados devem ser redobrados. Nas áreas em que há carrapatos em qualquer época do ano, o tratamento deve ser constante.

O que é Filária? (Verme do Coração)

A Dirofilariose é uma doença debilitante e potencialmente fatal para os cães. A causa desta doença é um verme a Dirofilaria Immitis, que se aloja principalmente no ventrículo direito e a artéria pulmonar. O gato é ocasionalmente infectado.

O ciclo da Dirofilariose começa quando o mosquito ao se alimentar de um cão previamente infestado, recebe a microfilaria (ovos) através do sangue do cão. No mosquito a microfilaria se desenvolve em larva infestante (2 a 3 semanas), quando o mosquito for se alimentar novamente a larva penetra através do local da picada e ocorre um período de desenvolvimento da larva e uma migração até o coração esta fase toda demora entre 2 a 4 meses até que ao chegar no coração, a dirofilaria imatura se desenvolve em filaria adulta sexualmente ativa (num período de 2 meses). A partir daí havendo uma filaria de cada sexo, ocorre o acasalamento e as microfilarias (ovos) são liberadas na circulação sanguínea, onde um mosquito ao se alimentar recomeça todo o ciclo.

Qualquer cão está sujeito a filariose, porém as regiões litorâneas são áreas de maiores riscos devido à proximidade de florestas e Mata Atlântica que aumenta o número de mosquitos. A região de serra indiretamente também já se encontra alguns casos, pois muitas pessoas que possuem casa de praia, também as possuem na região serrana, com isto o cão leva de um lado para o outro as microfilarias.

Os sinais clínicos e grau de infecção dependerão, entre outras coisas, da susceptibilidade individual de cada animal, assim como a duração e severidade da infecção. Quando as filarias adultas estão presentes, podem causar inflamação das paredes das artérias no pulmão, obstruindo vasos sanguíneos e consequentemente alterando o fornecimento sanguíneo aos órgãos vitais. A partir dai uma série de problemas vai se desenvolvendo uma coisa linterligada a outra.

A maioria dos proprietários de cães não se dão conta que seu animal de estimação esta com filaria, até que a doença esteja bem avancçda . Somente nos últimos estágios, quando a doença é dificil de se tratar, os animais apresentam os sintomas típicos da doença: tosse crônica (inicialmente seca), respiração difícil, apatia, fadiga (devido a qualquer pequeno esforço), perda de peso e abdomem distendido causado pelo acúmulo de líquido (ascite devido à doença cardíaca crônica digestiva).

Existem alguns exames laboratorias feitos através da retirada de sangue do cão que avaliam a existência ou não de filaria e até mesmo o grau de infestação. Existe terapia para os animais já acometidos pela doença, contudo o seu veterinário deverá avaliar a situação, pois cada caso é um caso diferente e dependerá quão quanto o organismo do seu cão estará debilitado. Por outro lado há como evitar que o seu cão venha a ter esta doença desde filhote.

Consulte o seu veterinário para maiores esclarecimentos.

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